Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco, e o estendeu para si sobre uma
penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do céu; e não
deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de
noite.” (2Sm 21.10.) Rispa era uma mulher forte e de caráter firme. Seu
nome significa “pedra quente”. Ela era filha de Aiá, cujo nome vem da mesma raiz
da palavra “intocável”. Ela foi mulher do rei Saul e teve com ele dois filhos:
Armoni e Mefibosete. Talvez por ser uma das esposas de Saul, Rispa e seus filhos
se considerassem mesmo “intocáveis”.
Muitas mulheres
pensam que sua posição social, sua riqueza, ou mesmo sua capacidade intelectual
as colocam em um pedestal “intocável”. Mas isto não é verdade! Todas nós estamos
sujeitas às vicissitudes (mudanças) da vida. Todas nós somos vulneráveis às
tempestades e aos açoites dos vendavais que podem surgir inesperadamente em
alguma curva do caminho da vida... E é nessas horas que o caráter se revela.
Nosso interior torna-se exposto, como em uma vitrine, quando somos assoladas
pelas provações, e quem sabe, pelas tragédias.
A Bíblia nos relata
que houve três anos de fome em Israel. Foi um tempo difícil e com grandes perdas
para o povo e a nação. O rei Davi então consultou ao Senhor e veio a resposta
divina: “Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os
gibeonitas.” (v.1b.) Davi chamou os gibeonitas e lhes perguntou: “O que quereis
que eu vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do
Senhor?” E a sua resposta foi: “Não é por prata nem ouro que temos questão com
Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel
[...] Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem
que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos dêem
sete homens, para que os enforquemos ao Senhor, em Gibeá de Saul, o eleito do
Senhor...” (v.3-6.)
Davi estava diante
de dura situação: de um lado o povo de Israel, sofrendo com a seca as
conseqüências da desobediência de Saul e de outro lado a dor de mandar enforcar
homens da sua própria família, pois Davi era genro de Saul... Saul não
respeitara a aliança feita por Josué aos gibeonitas (Js 9.15, 20-21). Quando
Canaã fora conquistada pelo exército de Israel, os moradores de Gibeom vieram a
Josué e, fingindo vir de uma terra muito distante (fora dos limites da “Terra
Prometida”), pediram-lhe que fizesse aliança com eles: que lhes conservariam a
vida e seriam um povo amigo. O líder Josué não consultou ao Senhor nessa
questão, talvez por julgá-la de pouca importância; e concedeu-lhes paz e firmou
aliança de proteção. Foi então que descobriu que eles eram moradores de Canaã e
estavam na lista de Deus como povos para serem destruídos; mas era tarde demais,
a aliança tinha sido firmada e não poderia voltar atrás...
Muitas pessoas
firmam impensadamente alianças muito sérias em suas vidas: casamentos,
sociedades... E depois é que vão refletir sobre o que fizeram. Então é tarde. As
alianças são registradas diante do Senhor. Elas têm um peso de responsabilidade
e compromisso. Não podem ser desfeitas de maneira leviana... Por isso, querida
irmã, pense muito antes de se casar. Pense muito antes de romper um casamento.
Pense muito antes de fazer uma sociedade com alguém. Não somente pense, mas ore
ao Senhor a respeito dessas decisões. Ouça a sua voz e não caia em armadilhas,
para que, mais tarde, você não venha a se arrepender.
E Davi teve de
escolher sete homens da família de Saul para serem enforcados, para que a chuva
pudesse novamente cair sobre a terra de Israel. Davi escolheu os cinco filhos de
Merabe, netos de Saul, e os dois filhos de Rispa, sua concumbina. A Bíblia diz
que foram mortos nos primeiros dias da ceifa da cevada. Seus corpos foram
esquecidos pelos seus executores; foram deixados no madeiro, ao relento... Então
Rispa, a mãe de Armoni e Mefibosete, “tomou um pano de saco e o estendeu para si
sobre uma penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do
céu” (v.10). Rispa assistiu ao milagre da chuva caindo, após a execução do
castigo conseqüente da ira irrefletida de Saul e de seu “zelo” pelo Senhor,
levado a efeito fora da sua suprema vontade. Rispa pôde ver o valor de uma
aliança feita diante de Deus... As conseqüências do rompimento de uma palavra
empenhada.
E ela, que era a
“pedra quente”, firme como uma rocha, colocou pano de saco sobre a penha em
frente aos cadáveres de seus filhos e os ficou guardando de dia e de noite:
[...] “e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do
campo de noite.”(v.10.) Ao colocar ali um pano de saco e não um tapete “persa”,
ou uma almofada confortável, percebe-se a dor de Rispa; sua humilhação diante de
Deus em favor de seus filhos. O “pano de saco”, na Bíblia, sempre teve o
significado de arrependimento e humilhação diante do Senhor.
Você pode imaginar a dor dessa mulher diante
dos corpos em decomposição, dia e noite? Pode imaginar o que se passava em seu
coração de mãe? Suas lágrimas e o desejo de vê-los com um sepultamento digno,
pelo menos?Ah! quantas mães como Rispa choram por seus filhos que estão mortos em seus próprios pecados... Quantas mães que colocam “panos de saco” sobre a “Rocha”, que simboliza a Palavra de Deus e suas promessas, e vigiam seus filhos “mortos”. Não seus filhos literalmente mortos, mas espiritualmente mortos. Seus filhos nas drogas, nos vícios, na prostituição, no homossexualismo, nas depravações da imoralidade, nas mais extravagantes seitas... exalando o mau cheiro do pecado; decompondo-se dia-a-dia na podridão do mundo... Mães que oram, crendo no impossível; que Deus irá ressuscitar seus filhos e lhes dará uma nova e maravilhosa vida. Elas crêem que seus filhos receberão o “toque” de vida do Espírito Santo e serão ressuscitados, aleluia! E, por isso, elas não se cansam dia e noite de vigiar... E orar... E crer... Até que o “rei” olhe para elas, tenha misericórdia e faça cessar a sua dor.
Rispa ficou em seu posto sozinha. Espantava as aves de dia e as feras de noite. Ela não tinha medo. Não saía de sua “torre de vigia”, mas esperava que o rei se compadecesse e desse um sepultamento digno de nobres aos seus filhos. Ela ficou por muitos dias ali, passaram-se mais de dois meses, e isto foi dito a Davi. Ele então “tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas [...] e também os ossos dos enforcados [...] Enterraram [...] na terra de Benjamim [...] Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra” (v.12-14). Enquanto Davi não honrou aos que morreram pelo pecado de outro, não houve o favor, a bênção de Deus sobre a terra. E foi Rispa quem fez a mão do rei Davi trazer a bênção novamente sobre Israel. Para você refletir:
♥ Como você agiria estando no lugar de Rispa?
♥ Você tem amado seus filhos e paga um preço de oração por eles?
♥ Onde e como estão seus filhos agora?
♥ Você, querida irmã, que talvez não seja ainda casada, não tenha filhos, pode sentir a dor de quantas pessoas estão mortas em seus pecados e precisam receber a Vida? Que tal orar por estas pessoas ao seu redor?
♥ Você sabe o que é assentar-se em “pano de saco” sobre a Penha? Tem buscado se humilhar diante do Senhor em oração?
♥ Você tem coragem suficiente para “enxotar” as aves de rapina e os animais (demônios e más companhias) que querem “devorar” seus filhos?
♥ Quanto você acha que valem as lágrimas de uma mãe?
A oração de uma mãe em favor do filho é, abaixo de Deus, a maior proteção que os filhos podem receber. E quando essas mulheres se unem para orar em favor dos filhos, um poder sobrenatural é liberado e muitos milagres começam a acontecer.
TE CONVIDO ASSUMIR UM COMPROMISSO DE ESTAR ORANDO 15 MINUTOS POR DIA PELO SEU FILHO!!!!
Is 54; Lc 1:39-56;
1Sm 1:1-28; 2:1-11.
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